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21 de outubro de 2010

REABILITAÇÃO PARA OS QUE REABILITAM

A Fisioterapia consiste na ciência que estuda o movimento humano com o objetivo de atuar na prevenção, cura ou reabilitação visando uma melhora na qualidade de vida do indivíduo. O profissional Fisioterapeuta consiste naquele com formação superior, e por isso, único e absoluto no diagnóstico dos distúrbios cinético-funcionais, prescrição de condutas fisioterapêuticas, evolução do quadro clínico funcional e responsável pelas condições de alta do serviço. 
 
No Brasil, a prática da Fisioterapia surgiu em 1919, quando foi fundado o Departamento de Eletricidade Médica pelo Professor Raphael de Barros da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Dez anos mais tarde, em 1929, o médico Dr. Waldo Rolim de Moraes instalou o serviço de Fisioterapia do Instituto do Radium Arnaldo Vieira de Carvalho no local do Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Ele ainda planejou e instalou, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o Serviço de Fisioterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo. 

Foi também o Dr. Rolim quem, em 1951, planejou o primeiro Curso de Fisioterapia do Brasil, patrocinado pelo centro de estudos Raphael de Barros, cujo objetivo era formar técnicos em fisioterapia. De lá para cá, a necessidade de estudos mais específicos na área da reabilitação e de profissionais mais capacitados e munidos de conhecimento aprofundado acerca das técnicas de tratamento e corpo humano, fizeram com que, de modo muito rápido, a Fisioterapia deixasse de lado seu caráter auxiliar médico, tomando proporções científicas tais que culminaram no Decreto-Lei 938 de 13 de Outubro de 1969, que estabelecia definitivamente as atribuições e autonomia do fisioterapeuta. 

O Decreto-Lei 938, que deu origem ao Dia do Fisioterapeuta (13 de Outubro), apesar de ter completado, na semana passada, 41 anos de idade, e ter definido quem seria habilitado a reabilitar (prevenir também!), não foi suficiente para inculcar no profissional fisioterapeuta sua plena autonomia e responsabilidade. Ainda é maioria nesta classe, aqueles que se escondem atrás do jaleco de outros da área da saúde, na tentativa de tirar de seus ombros a responsabilidade pelo tratamento do indivíduo que está, literalmente, em suas mãos. 
 
Talvez por conta da idade desta profissão, talvez por conta do modo como a Fisioterapia surgiu, esta é uma área que passa por um momento marcante na atualidade. Momento francamente pleiteado por aqueles que compõem o corpo desta classe, alguns dos quais, ao que parece, em seu “desenvolvimento motor”, não passaram ou não tiveram maturidade neurológica que lhes permitissem passar adiante da fase de quatro apoios frente às dificuldades e desafios político-sociais cotidianos. A individualidade característica das ações de alguns fisioterapeutas, os tornam pouco menos que insignificantes subalternos daqueles que tem numa das mãos o registro na ANS, na outra o desrespeito, no bolso o dinheiro das abusivas e corrigidas mensalidades pagas por seus clientes, e na manga um espelho refletindo toda a fraqueza de uma classe que reclama daquilo que não se recusa a receber.

P.S.: qualquer interpretação que relacione este post a algo diferente da busca por um melhor posicionamento dos profissionais fisioterapeutas no sentido de fazer a profissão evoluir será entendido como mero equívoco na captação da essência do texto.
 

2 comentários:

Anônimo disse...

INTERESSANTE... DISABAFOU EIN PROFESSOR! TÁ CERTO! Só vocês profissionais fisioterapeutas é que sabem...muitos aqui em nossa cidade atuam de forma errada, não foram capacitados, formados para reabilitar e acabam prejudicando ainda mais os pacientes.
E, é impressão minha ou ''alguns'' outros profissionais da área da saúde se referem a vocês (fisioterapeutas) como se fossem menos importantes que eles? Vocês dão continuidade ao que eles começaram, sendo FUNDAMENTAL para a recuperação do paciente, então creio que não um melhor, são iguais, se completam.

waléria Lira

Reinaldo T. dos Anjos - Fisioterapeuta disse...

A falta de atitude é prejudicial a qualquer indivíduo, independente de sua profissão. O sucesso profissional, vejo mais como algo individual do que devido a algum diploma. Por isso, Waleria, me preocupo com o modo como, principalmente, meus alunos se comportam. Há por aí uma série de indivíduos que corroboram, em atitudes, com a alcunha que lhes impõe, e que acabam sendo generalizadas.