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14 de abril de 2011

OS CONVÊNIOS DE SAÚDE QUE SE CUIDEM

Sempre que procuramos uma loja de roupas, uma sorveteria ou uma clínica de Fisioterapia, esperamos nada menos que um ótimo atendimento, desde a recepção até o setor onde o profissional capacitado, especializado e atualizado aplicará as técnicas e executará os procedimentos mais indicados para a disfunção que apresentamos. Isto é o mínimo, tendo em vista que pagamos absurdas e, anualmente, reajustadas mensalidades de nossos convênios de saúde. A lógica dessa situação é simples: Pagamos caro, portanto, queremos o serviço de mais alto nível, equivalentes ao que tiramos do bolso mensalmente.
Nos últimos meses vem ocorrendo sucessivas reuniões entre fisioterapeutas do município de Porto Velho-RO com a intenção de discutir as tabelas praticadas atualmente pelos convênios de saúde. Tais eventos se fizeram necessário devido uma questão de matemática de ensino fundamental: Com uma tabela com valores adequados ao ano de 1992 (19 anos!), onde a realidade econômica do país era outra no que se refere a salário mínimo, custo de vida, impostos, energia elétrica, telefone, combustível, cesta básica, inflação, mensalidade dos planos de saúde, etc., não é mais possível manter um atendimento de alto nível, com profissionais especializados e atualizados, com equipamentos de qualidade, com recepcionistas atenciosas, com limpeza e higiene impecáveis, e tudo mais que um cliente espera de qualquer estabelecimento onde realizará seu tratamento.
Fato é que nem todos os convênios de saúde praticam esta vergonhosa tabela, e nem todos os profissionais que atendem pelos convênios recebem o mesmo valor. Falamos aqui especificamente do serviço de alto custo que é a Fisioterapia. Algo imprescindível para a recuperação funcional de qualquer indivíduo com distúrbios de movimentos no âmbito visceral ou músculo-esquelético. Para se ter uma idéia, de 2004 até o final de 2010, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, houve um reajuste de 96% sobre o salário mínimo, e, segundo o Banco Central do Brasil, a inflação acumulada entre 2005 e 2009 ficou em torno de 25,33%. O valor repassado por alguns convênios às clínicas de Fisioterapia em nosso Estado não tem reajuste há muitos anos. Há uma incompatibilidade matemática entre o que o cliente exige e merece receber em nossas clínicas, e o que as clínicas recebem para oferecer este atendimento de excelência. Se temos R$10 no bolso, não podemos pensar em comprar algo de R$100. Atualmente, as clinicas tem feito essa mágica. Estão recebendo e atendendo os pacientes muito bem para – de um procedimento que custa R$6,16 – ficar com R$0,67 para comprar material de expediente, lençol de papel, equipamentos de ponta e profissionais de qualidade. Com valores assim, o natural e inevitável é que as clínicas não suportem e parem de atender. Não por pirraça, mas por inviabilidade financeira. Usuários que reclamam dos hospitais, clínicas e atendimentos oferecidos por seus convênios, saibam agora o porque disso tudo.

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