Sempre que procuramos uma loja de roupas, uma sorveteria ou uma clínica de Fisioterapia, esperamos nada menos que um ótimo atendimento, desde a recepção até o setor onde o profissional capacitado, especializado e atualizado aplicará as técnicas e executará os procedimentos mais indicados para a disfunção que apresentamos. Isto é o mínimo, tendo em vista que pagamos absurdas e, anualmente, reajustadas mensalidades de nossos convênios de saúde. A lógica dessa situação é simples: Pagamos caro, portanto, queremos o serviço de mais alto nível, equivalentes ao que tiramos do bolso mensalmente.
Nos últimos meses vem ocorrendo sucessivas reuniões entre fisioterapeutas do município de Porto Velho-RO com a intenção de discutir as tabelas praticadas atualmente pelos convênios de saúde. Tais eventos se fizeram necessário devido uma questão de matemática de ensino fundamental: Com uma tabela com valores adequados ao ano de 1992 (19 anos!), onde a realidade econômica do país era outra no que se refere a salário mínimo, custo de vida, impostos, energia elétrica, telefone, combustível, cesta básica, inflação, mensalidade dos planos de saúde, etc., não é mais possível manter um atendimento de alto nível, com profissionais especializados e atualizados, com equipamentos de qualidade, com recepcionistas atenciosas, com limpeza e higiene impecáveis, e tudo mais que um cliente espera de qualquer estabelecimento onde realizará seu tratamento.
Fato é que nem todos os convênios de saúde praticam esta vergonhosa tabela, e nem todos os profissionais que atendem pelos convênios recebem o mesmo valor. Falamos aqui especificamente do serviço de alto custo que é a Fisioterapia. Algo imprescindível para a recuperação funcional de qualquer indivíduo com distúrbios de movimentos no âmbito visceral ou músculo-esquelético. Para se ter uma idéia, de 2004 até o final de 2010, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, houve um reajuste de 96% sobre o salário mínimo, e, segundo o Banco Central do Brasil, a inflação acumulada entre 2005 e 2009 ficou em torno de 25,33%. O valor repassado por alguns convênios às clínicas de Fisioterapia em nosso Estado não tem reajuste há muitos anos. Há uma incompatibilidade matemática entre o que o cliente exige e merece receber em nossas clínicas, e o que as clínicas recebem para oferecer este atendimento de excelência. Se temos R$10 no bolso, não podemos pensar em comprar algo de R$100. Atualmente, as clinicas tem feito essa mágica. Estão recebendo e atendendo os pacientes muito bem para – de um procedimento que custa R$6,16 – ficar com R$0,67 para comprar material de expediente, lençol de papel, equipamentos de ponta e profissionais de qualidade. Com valores assim, o natural e inevitável é que as clínicas não suportem e parem de atender. Não por pirraça, mas por inviabilidade financeira. Usuários que reclamam dos hospitais, clínicas e atendimentos oferecidos por seus convênios, saibam agora o porque disso tudo.
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